Cabo Verde: Carlos Veiga considera que relatório do BCV «não é surpreendente»
Praia - O Presidente cessante do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), Carlos Veiga, considera que o relatório anual de 2012 do Banco de Cabo Verde (BCV), que aponta em 95% a dívida do país, não é surpreendente.
No relatório lê-se que o stock da dívida do Governo Central, excluindo os Títulos Consolidados de Mobilização Financeira, cresceu 20%, passando a representar 95% do PIB, em 2012, o que reflecte tanto o aumento do endividamento externo como o crescimento da dívida interna.
Carlos Veiga disse não ter ficado surpreendido porque, há algum tempo, o seu partido vem alertando para que a dívida de Cabo Verde é superior a 95% do PIB, isto se forem consideradas as dívidas contingentes da Electra (empresa de produção de energia e água) e da transportadora aérea cabo-verdiana (TACV).
«Acho que o BCV está a cumprir o seu papel de emitir opiniões independentes que ajudem a regular a nossa economia e as nossas finanças públicas, e que permitem aos decisores políticos tomar as medidas mais adequadas para fazer face às situações», referiu Carlos Veiga.
O líder do MpD, que deixa esta sexta-feira, 12 de Julho, a liderança do partido, instou o Governo a mudar de políticas que «não deram resultados» e insistiu que o Primeiro-ministro, José Maria Neves, deve tirar consequências políticas desta situação, pois, antes do BCV, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já tinha dito que a dívida de Cabo Verde é superior a 90% do PIB.
Na altura, o Governo, através do Ministério das Finanças, negou os números do FMI. A própria ministra, Cristina Duarte, tinha-se deslocado a Washington, EUA, à sede do FMI, com o fim de contestar os números. Depois, Cristina Duarte disse à imprensa que o FMI tinha reconhecido o erro, através de um e-mail enviado a um funcionário do Ministério das Finanças.
O relatório do BCV, publicado esta semana no site oficial da instituição, nota também que o ritmo de crescimento da economia cabo-verdiana está a abrandar, tendo estagnado em 1% em 2012. Na mesma linha, também a inflação diminuiu, situando-se nos 2,5%.
(c) PNN Portuguese News Network
2013-07-12 13:40:31
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