São Tomé e Príncipe: Governo apresenta agenda a parceiros de cooperação
São Tomé A segurança marítima, o reforço das relações comerciais através do intercâmbio entre pequenas e médias empresas, além da Educação e Saúde, são as áreas em que Portugal tem interesse em privilegiar na cooperação com São Tomé e Príncipe.
A indicação foi dada pela embaixadora Paula Silva no final do encontro promovido pelo Governo do Primeiro-ministro Patrice Trovoada, com o corpo diplomático e representantes de organizações internacionais, para apresentar a agenda do Executivo no âmbito da cooperação.
«Um dos aspetos importantes para Portugal, e também para o atual Governo, tem a ver com a segurança marítima. Nós procuraremos que no programa quadro da cooperação técnico-militar esta vertente seja privilegiada. Também para nós é muito importante o relacionamento comercial. As pequenas e médias empresas portuguesas e santomenses podem cooperar, criar parcerias para trabalharem em conjunto, no sentido também de modificar e trazer alguma criatividade ao tecido produtivo santomense», declarou a diplomata de Portugal.
Paula Silva recordou que existem «programas de cooperação nas áreas da Saúde, da Educação, e procuraremos não só aprofundar e melhorar o modo de trabalhar, sempre abertos a novos sectores que possam servir os interesses dos dois Estados».
O Primeiro-ministro agradeceu à comunidade internacional pelo apoio concedido a São Tomé e Príncipe, ainda mais no contexto de uma grave crise económica e financeira. «Toda e qualquer ajuda a São Tomé e Príncipe traduz um marco de simpatia e solidariedade inquestionável».
A preocupação do Governo é «reforçar a solidariedade político-diplomática e melhorar a gestão das ajudas e dos projectos, a transparência e a celeridade no tratamento dos dossiês de cooperação, para melhor valorizar o privilégio dessas nossas relações».
Segundo Patrice Trovoada as parcerias «devem produzir efeitos concretos e visíveis, com vantagens recíprocas, o alinhamento das matrizes respetivas que temos dos nossos interesses».
O Chefe do Governo reconheceu que existem «desencontros entre a potencialidade da ajuda externa e a capacidade de aproveitamento da mesma, e as opções feitas são muitas vezes da responsabilidade da parte santomense, e criamos um modelo económico que vive exclusivamente hoje da ajuda externa, o que representa um risco sistémico, grave, sobretudo quando o financiamento externo é absorvido maioritariamente pelos sectores não produtivos».
Para mudar de paradigma, São Tomé e Príncipe deve, de uma maneira clara e consistente, exprimir as suas necessidades em conformidade com um plano e uma visão para o futuro.
A iniciativa, a primeira do género, que decorreu num ambiente informal, foi elogiada por chefes de missões diplomáticas, consulares e representantes de organizações internacionais.
A ideia é que este tipo de consulta venha a ter caráter regular, uma ou duas vezes por ano.
(c) PNN Portuguese News Network
2014-12-12 17:31:35
|