Jornalistas expostos a riscos na cobertura de atividades criminosas nos países do GIABA
Dakar - Os participantes da IV sessão anual de informações para os embaixadores da CEDEAO e parceiros de desenvolvimento observaram que os jornalistas estão sempre expostos a riscos significativos na cobertura jornalística de algumas actividades relacionadas com crimes ou certas formas de impunidade nos países membros do Grupo Intergovernamental de Acção contra Branqueamento de Capitais na África Ocidental (GIABA).
O comunicado divulgado no final do encontro, que decorreu nos dias 11 e 12 de Julho em Dakar, indica que os cerca de 30 jornalistas presentes notaram também que a comunicação em si não é suficiente para resolver o problema do anti-branqueamento.
Entre outras questões observadas na sessão em Dakar destacam-se a falta de condições seguras para os jornalistas cobrirem os acontecimentos e outros incentivos, que dificultam as suas investigações sobre crimes económicos e financeiros e outros crimes relacionados, assim como a indisposição de alguns meios de comunicação em comprometer os seus recursos financeiros e tempo necessário para permitir que os seus jornalistas realizem estas investigações.
Como recomendações, os participantes exortaram o GIABA a continuar a treinar todos os níveis da sociedade, em cada país membro da organização: jornalistas, magistrados, sociedade civil, para que estes possam colaborar no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo.
Em termos jurídicos, os participantes lembraram que os jornalistas têm o direito à informação, no âmbito da Lei sobre a liberdade de informação, e que podem usar isso para ter acesso à informação em países onde este direito é reconhecido.
Outras recomendações saídas da reunião indicam que os jornalistas podem ter várias fontes de informação sobre um mesmo tema; podem ter acesso aos documentos públicos e informações oficiais do Governo, como decisões judiciais, regulamentos, documentos de incorporação, orçamentos do Estado e ainda a documentos primários, não apenas às interpretações de tais documentos; os jornalistas podem também desenvolver relações pessoais com fontes potenciais.
Segundo o comunicado, no encontro em Dakar os participantes concluíram que os jornalistas podem utilizar as novas tecnologias da comunicação como fontes e garantir que essa informação é verificada e credível, rastrear o crime de lavagem de dinheiro para o crime subjacente cometido, equilibrar informações ouvindo a versão do réu, cruzar informações com os serviços de segurança e, em seguida, relatar problemas com base em investigações por agências de segurança.
Por último, os jornalistas falam na defesa da lei sobre liberdade de informação em cada país onde não existem tais leis; ser membro de uma rede que protege contra o abuso, por exemplo, a rede especializada de anti-branqueamento de capitais contra financiamento de terrorismo, ligada à GIABA; e que devem ser mantidos informados sobre as questões de anti-branqueamento, as recomendações do Grupo de Acção Financeira, e têm um profundo conhecimento das infracções subjacentes aos esforços necessários na luta contra estes males.
Sumba Nansil, Dakar
(c) PNN Portuguese News Network
2013-07-15 11:48:33
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