Cabo Verde: MpD faz exigências ao Governo
Praia - O Movimento para a Democracia (MpD) exigiu esta quarta-feira, 24 de Julho, ao Governo que disponibilize mais meios ao Instituto Nacional de Estatística (INE) para que as contas nacionais sejam rigorosamente cumpridas.
O vice-presidente do MpD, Olavo Correia, defendeu, numa conferência de imprensa na Cidade da Praia, a autonomia financeira e técnica do INE, a previsibilidade em relação à produção e divulgação dos indicadores económicos e a oportunidade na divulgação dos dados económicos.
Para o maior partido da oposição, trata-se de condições básicas para que os dados estatísticos sejam produzidos em tempo oportuno à base de calendários passíveis e rigorosamente cumpridos. Também aconselhou a divulgação de contas nacionais trimestrais, visando uma melhor gestão das entidades da situação económica real efectiva e a dotação de meios ao INE para poder fazer a devida avaliação de desempenho.
Na semana passada, o INE divulgou os dados relativos às contas de 2011, fixando o crescimento do PIB em 4%, superando as projecções do Banco de Cabo Verde, que apontavam para uma taxa de crescimento na ordem de 1,7%.
Ao comentar esses dados, Olavo Correia acusou o Instituto Nacional de Estatística de estar ao serviço de agendas partidárias, exigindo ao mesmo tempo ao INE que esteja inequivocamente ao serviço da nação.
Por outro lado, o vice-presidente do MpD criticou aquilo que considera um crescimento de Cabo Verde «abaixo do potencial» e menos do que os países da África Subsaariana.
«De 2009 a 2013, mesmo que se considerar a alteração metodológica em 2011, a média de crescimento do Produto Interno Bruto será de 0.84% face a um PIB potencial de cerca de 6% (dados de 2007), cerca de apenas 14% do nível de crescimento potencial. Analisando apenas os dados de 2009 a 2011, a taxa de crescimento médio ainda assim passa para 1.4%, cerca de apenas 23% do PIB potencial», declarou.
O também antigo governador do Banco Central criticou as «políticas económicas erradas do Governo», afirmando que Cabo Verde está numa situação económica e financeira «muito difícil».
Correia avalia de forma negativa a competitividade da economia cabo-verdiana, o posicionamento de Cabo Verde no ranking do Doing Business, a situação da TACV e da Electra, afirmando que estes problemas não têm nada a ver com a crise internacional.
O responsável defendeu o relançamento da economia e o combate ao desemprego jovem, o aprofundamento das medidas de estímulos ao investimento e captação do investimento externo.
«O desemprego jovem nos 32% e dívida pública acima dos 100% do PIB; o défice orçamental e da conta corrente na ordem dos 12% do PIB, as empresas em dificuldades, o abandono escolar crescente e dificuldades no acesso à saúde por falta de empregos e de rendimento, os problemas energéticos e nos sistemas de transportes e acessibilidades, entre outros, são preocupações do MpD», notou.
(c) PNN Portuguese News Network
2013-07-25 11:07:42
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