Moçambique: Renamo convoca Conselho Nacional Ordinário para final de Julho
Maputo - O partido Renamo, segunda maior formação política moçambicana, anunciou esta quinta-feira, 25 de Julho, a realização da sua Terceira Sessão Ordinária do Conselho Nacional entre os dias 29 e 31 de Julho.
O evento, segundo uma fonte do Gabinete de Imprensa daquele partido, vai ter lugar nas matas de Sadjundjira, distrito de Gorongosa, província de Sofala, onde desde Outubro de 2012 vive o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, alegadamente em protesto contra a governação do partido Frelimo no poder há 38 anos.
De acordo com a mesma fonte, no encontro serão abordadas matérias relacionadas com a vida do partido, a situação política, económica e social do país, com maior destaque para o estágio das negociações.
Por outro lado, na próxima segunda-feira, 29 de Julho, será também realizada, em Maputo, a reunião do Conselho de Estado, convocada pelo Presidente da Frelimo e da Republica de Moçambique, Armando Guebuza.
O Conselho de Estado é um órgão de consulta do chefe de Estado que incide nas matérias de convocação de eleições, declaração do estado de guerra, estado de sítio e de emergência.
Igualmente, na segunda-feira, as delegações do Governo e da Renamo, reúnem-se na décima terceira ronda de diálogo, com vista a ultrapassar o impasse em torno da revisão do pacote eleitoral exigido pela Renamo, numa altura em que a Assembleia da República se prepara para a próxima sessão extraordinária, a partir de 1 de Agosto, com oito pontos na agenda, nomeadamente a revisão da Lei Eleitoral.
Para já, não há certezas se o encontro da décima terceira ronda de diálogo entre as partes vai ou não ter lugar na segunda-feira, tendo em conta que a maioria dos negociadores que compõem a delegação da Renamo são membros do Conselho Nacional, devendo a presença deles em Sadjundjira ser pertinente, dado que um dos temas a ser debatido será o estágio do diálogo entre este partido e o Governo moçambicano.
Contudo, o encontro do Conselho de Estado não vai contar com a participação do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que é também membro daquele órgão de consulta do chefe de Estado moçambicano na sua qualidade de segundo candidato mais votado nas últimas eleições presidenciais.
Moçambique prepara-se para realizar eleições autárquicas a 20 de Novembro e as presidenciais, legislativas e provinciais, num ambiente de tensão político-militar, sobretudo na região centro do país.
A Renamo e uma coligação de nove partidos extra-parlamentares denominada «Oposição de Mãos Dadas» já anunciaram que não vão participar nesses pleitos, pretendendo boicotar antes que o Governo acomode as preocupações da revisão do pacote eleitoral e a recalendarização da data das eleições autárquicas.
As ameaças desses partidos, na opinião de Francisco Campira e de quadros da Renamo, advertem que, caso a Frelimo force ou teime em realizar as eleições de 20 de Novembro, vai levar o país para uma situação de instabilidade.
«O país vai ficar ingovernável. Por isso, vamos descer as nossas bases, informar aos moçambicanos para que não sejam enganados porque não há condições para eleições», ameaçam esses partidos, acrescentando que «vamos dizer às pessoas que não vale a pena depositar o seu voto nas condições em que o país está».
Aos outros partidos, como o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o único que manifestou a intenção de avançar para as autárquicas de Novembro, deixam um apelo, afirmando que «tais partidos vão chancelar a permanência da Frelimo, da arrogância, da continuidade da corrupção, das fraudes, da pobreza dos moçambicanos, a ameaça militar, entre outros males que o país atravessa».
(c) PNN Portuguese News Network
2013-07-26 11:24:08
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